Departamento de Biologia - Universidade do Minho - Ana Preto recebeu o "Basinnov Innovation Award 2024" por fármaco promissor contra o cancro colorretal e do pâncreas

Escolha o seu idioma

  • terça-feira, 19-11-2024

Ana Preto e Andreia Valente receberam o "Basinnov Innovation Award 2024" e vão avançar para ensaios pré-clínicos. O composto criado em Portugal é o primeiro descrito a bloquear as três principais mutações do gene mais frequente no cancro colorretal e pancreático. Este resultado foi mostrado em células do laboratório e em ratinhos e, se os ensaios pré-clínicos e clínicos correrem bem nos próximos anos, o fármaco poderá ser decisivo nesses e noutros cancros com aquelas mutações, como do pulmão, ovário e útero.

O projeto chama-se “TaMuK:Targeting Mutated KRAS”, está patenteado e deu os primeiros passos há cerca de dez anos, pelo grupo da investigadora Ana Preto, no Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e Departamento de Biologia da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM), e pelo grupo da investigadora Andreia Valente, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), a par de Helena Garcia e Paulo Costa (FCUL) e de Cristina Fillat, do Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer (Barcelona).

Esta equipa acaba de vencer a primeira edição do “Basinnov Innovation Award 2024”, tendo direito a 20 mil euros para aplicar em ensaios pré-clínicos e a serviços de mentoria da rede europeia de inovação em saúde EIT Health InnoStars. O prémio foi atribuído num evento satélite da Web Summit, em Lisboa, pela biotecnológica Basinnov Life Sciences, pelo Gulbenkian Institute for Molecular Medicine e pela EIT Health InnoStars. A iniciativa visa distinguir uma inovação na oncologia e imunoterapia com grande relevo científico, terapêutico e de potencial aplicação na farmacêutica.

O novo composto designa-se PMC79, é baseado no metal ruténio e atua como uma espécie de “bala mágica” em mutações do gene KRAS, ligado ao desenvolvimento de vários cancros, como o colorretal e do pâncreas. “O nosso composto é o primeiro capaz de inibir especificamente três das mutações mais frequentes do KRAS (G12D, G12V e G13D), sendo o único a inibir a G12V, sem afetar a proteína normal, tanto in vitro em células de cancro no laboratório como in vivo em modelos de ratinhos com cancro”, explicam Ana Preto e Andreia Valente.

“Este prémio é um exemplo de que a investigação básica é indispensável e impactante para o desenvolvimento de novos fármacos e sua possível aplicação clínica”, acrescentam as investigadoras. Nas últimas décadas foram feitos vários estudos para se atuar no gene KRAS, então considerado “invencível” ou “não tratável”. Recentemente, surgiram no mercado alguns inibidores, mas de eficácia limitada nos cancros colorretal e do pâncreas, no qual o PMC79 parece promissor.

Entrevista Rádio Universitária do Minho (RUM) »»

 

 Cláudia Pascoal 600

Rio Este copy

Rio Ave copy

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O website utiliza cookies para uma melhor experiência de utilizador.
Ok