"Sou líquen, vão chamar musgo a outro", é um artigo de opinião da Doutora Alexandra Nobre, publicado no Correio do Minho.
Estamos no Outono, um dos períodos mais mágicos das florestas com o seu dourar da folhagem, o brotar de cogumelos e a exuberância de líquenes, aqueles seres esverdeados que desgrenham os ramos de algumas árvores e de que elas não se importam mesmo nada. Curiosamente quase não os vemos nas cidades. Esses. Mas vemos outros. Manchas rasteiras, circulares, acinzentadas ou amarelo-ocre, que surgem como crostas sobre troncos, muros e telhados. E apesar de tão distintos são todos parentes próximos, filhos da união épica de dois seres inesperáveis, um fungo e uma alga, o micobionte e o fotobionte (calma, já explico melhor!)...