Portugal tem das maiores zonas económicas exclusivas do globo e, pelo contexto geopolítico e pela atividade comercial e lúdica, os portos e marinas estão expostos a espécies não nativas (NIS). Assim, o CBMA está a desenvolver um plano nacional de monitorização dessas espécies ao longo da costa, usando DNA metabarcoding e técnicas convencionais, para detetar NIS com redes de zooplâncton e na fauna encrustada nas estruturas da marina, pneus e cabos dos barcos”, nota Flipe Costa. Alguns pontos de análise são Viana do Castelo, Leixões, Aveiro e Ponta Delgada. Já se detetaram 24 espécies não-indígenas. O projeto chama-se “NIS-DNA”, tem vários parceiros e teve um financiamento inicial da FCT de 240 mil euros.
Sabia que há um código de barras com apenas quatro "letras" (ACGT) que permite identificar as espécies do nosso planeta? Esse código está inscrito em segmentos curtos do ADN de cada espécie e foi designado como DNA barcode em 2003 pela equipa do canadiano Paul Hebert. Os DNA barcodes já permitiram descobrir milhares de novas espécies, que são catalogadas numa biblioteca digital do consórcio International Barcode of Life (iBOL). O consórcio é representado em Portugal pelo Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), através da equipa de Filipe Costa, que já sinalizou mais de uma centena de novas espécies marinhas, incluindo anelídeos, crustáceos, moluscos, peixes e algas. Esta técnica de rastreio de espécies baseada no seu ADN tem revolucionado o estudo da biodiversidade no planeta, contribuindo para conter o seu declínio, melhorar a gestão e conservação dos ecossistemas, detetar espécies invasoras, parasitas e até etiquetagem fraudulenta nos mercados de peixe e de outros produtos alimentares.
Ver mais em Jornal online da UMinho NOS »»
Alguns membros da equipa ME-Barcode da UMinho.