A Universidade do Minho vai sediar em breve o Banco de Tecidos de Animais Marinhos de Portugal (BTAM), que a médio prazo pretende passar de sexto para o segundo maior do mundo, cooperando com Espanha. As amostras de mamíferos, aves e tartarugas, recolhidos no seu todo ou em parte, permitem comparar historicamente a evolução das espécies e saber, por exemplo, quais as consequências ambientais da maré negra do Prestige na costa da Galiza, em 2002, ou da explosão da plataforma da BP no Golfo do México, em 2010.
Percurso do Departamento de Biologia distinguido
Banco de Tecidos de Animais Marinhos de Portugal vai ficar na UMinho
17-02-2011 | Texto e foto: Nuno Passos
O BTAM nasceu informalmente há 12 anos e engloba amostras de cerca de 800 mamíferos marinhos, mil aves marinhas e quarenta tartarugas. A colecção está alojada em vários sítios, inclusive em arcas frigoríficas industriais particulares, explica o professor José Vingada, do Departamento de Biologia da UMinho. Este é o sexto maior banco de tecidos ambientais do mundo (existem 16 oficialmente) em quantidade de amostras arquivadas e dos que têm um crescimento mais rápido, dada a elevada taxa de arrojamentos na costa portuguesa.
A sede provisória vai ficar nas antigas instalações da Escola de Ciências da Saúde da UMinho, no campus de Gualtar, Braga. Para evitar perder-se o espólio em caso de catástrofe, haverá valências em Aveiro e na parceira Universidade de Ehime (Japão), que tem o maior banco mundial de tecidos ambientais e seis milhões de dólares por ano só para I&D pagos pelo Estado nipónico. A ligação à Galiza ainda está em discussão, mas prevê-se unir esforços para que a investigação ibérica fique dentro de alguns anos logo atrás de Ehime. Os promotores do projecto português estão por isso à procura de fundos nacionais e internacionais para apoiar esta rara base de dados, que funcionará como uma "cápsula do tempo" ou "cubo de gelo" científico.