A amêijoa Asiática Corbicula fluminea é uma das espécies mais invasoras em ecossistemas aquáticos. Esta espécie, originalmente distribuída pelo continente Asiático, é hoje em dia um organismo comum nos habitats de água doce Americanos e Europeus.
Esta espécie foi pela primeira vez descrita no rio Minho em 1989, mas em pouco tempo expandiu a sua distribuição e tornou-se a espécie dominante no estuário (i.e. mais de 95% da biomassa bentónica estuarina). Dadas as incríveis taxas de reprodução, a sua abundância e biomassa, o rápido crescimento e a elevada taxa de produção secundária é possível que a população presente no rio Minho esteja a sequestrar uma grande parte do carbono disponível no sistema e alterando assim o funcionamento deste ecossistema. Por outro lado e devido às suas altas taxas de filtração esta espécie á capaz de alterar a composição planctónica do estuário bem como diminuir a turbidez da coluna de água. Adicionalmente e em certas circunstâncias como por exemplo mudanças extremas de temperatura, esta espécie pode sofrer mortalidades massivas. Isto leva a que uma grande quantidade de matéria orgânica entre rapidamente em decomposição pondo em causa a própria qualidade da água.
De forma a proteger os ecossistemas aquáticos desta ou de outras espécies invasoras são necessários esforços que passam por uma maior divulgação deste problema, maior envolvimento de pessoas ligadas aos meios políticos e de gestão, mas fundamentalmente que passam pela alteração de comportamento de cada cidadão. Em sistemas aquáticos, os principais vectores de introdução de espécies exóticas são as actividades humanas das quais se podem destacar a aquacultura, ligação por canais de diferentes linhas de água, pesca desportiva, actividades de recreio, descarga de água de lastro, entre outras. Desta forma, a prevenção será sempre a melhor arma para combater estas introduções. Caso contrário, se a prevenção falhar, pouco será possível fazer na total erradicação de uma espécie exótica principalmente à medida que o tempo for passando após a sua introdução. Ao deixarmos avançar o tempo, o investimento necessário para combater estas introduções crescerá exponencialmente daí que a alternativa será sempre a prevenção ou a detecção destas espécies logo após o seu estabelecimento. No caso particular da Corbicula fluminea no estuário do rio Minho a sua total erradicação é completamente impossível surgindo a gestão do seu stock como única alternativa viável. Na verdade existe algum interesse na exploração comercial da espécie, senda esta uma possível opção de gestão desde que a sua exploração seja feita de forma sustentável e mantendo as condições ambientais do estuário.
A amêijoa Asiática Corbicula fluminea (reportagem TSF)
A amêijoa Asiática Corbicula fluminea (reportagem SIC)